domingo, 24 de maio de 2009

A hora e a vez do cinema paranaense

Publicado no Blog "Terceiro Clichê"

"Seis curtas-metragens curitibanos ganham as telas da Cinemateca nessa semana.
Ontem foi a vez de três deles estreiarem super aplaudidos e com 2 sessões lotadas (uma extra):
– “Caleidoscópio”, de Gustavo Pancione Ribas e Murilo Wesolowicz
- “Sob a luz da vela”, de Karina de Souza
- “Parasara”, de Igor Moura

“Caleidoscópio” volta seu roteiro para o fantástico universo das crianças. Um menino entra – pela portinha dos cachorros – numa casa, encontra uma menina que mora lá. O encontro dos dois se revela um imaginário lúdico para ambos.
“Sob a luz da vela” também brinca com o mundo infantil. Com clima de episódio especial de Natal e com inspiração no filme “O Jardim Secreto”, a história é de uma menina que passa um tempo com sua avó. A casa fica num bosque e tem uma vela que não se apaga nunca. O filme é uma dedicatória da época de infância da diretora com suas avós.
Já “Parasara” foge totalmente dessas temáticas e de muita coisa vista na cidade. Eu classifico como o melhor da noite, disparado. Ele se envolve em diversas inspirações: rotoscopia, técnica tão aclamada por Richard Linklater em “Waking Life” e “O Homem Duplo”, a enigmática áurea de David Lynch e algumas citações de “Alice no país das maravilhas”. A trilha sonora é muito boa e criada por Guto Teixeira, com algumas composições em conjunto com o diretor."

2 comentários:

Eduardo Bahr disse...

"Após a perda dos pais, Sara inicia uma jornada de auto-conhecimento e reflexão. Nesta busca, encontra pessoas e lugares que jamais viu."

É com essa premissa sinóptica que o diretor estreante Igor Moura nos revela um curta que não se envergonha de, fazendo uso de técnicas de rotoscopia inspirada em Waking Life e O Homem Duplo, nos transportar para um labirinto Lynchiniano de melancolia e desespero.

Dizem que o desiderato da arte é a capacidade em estigmatizar emoções no telespectador, sem, contudo, obrigar o público a sofre-las realmente. Neste aspecto, a trilha sonora, em conluio com a aludida técnica de rotoscopia, imprime um tom propositalmente onírico a esta jornada de luto e desespero da personagem principal.

Tenho que, por fim, salutar esta obra de um diretor iniciante, mas que já apresenta o traquejo dos vetaranos.

Eduardo Bahr disse...
Este comentário foi removido pelo autor.